19 de nov. de 2012

Arnoldo, o super herói que não se animava

Arnoldo é um cara muito sonhador, mas também é um cara que tem um umbigo muito grande.
Sempre tem boas intenções, mas também tem medo.
Adora sentir o vento na cara quando sai a patinar bem rapidinho, mas tem vertigem.
Adora saltar, mas tem medo de não ter os pés no chão.
Adora voar, mas tem medo de altura.
Adora ajudar as pessoas mas também tem medo que elas não queiram ser ajudadas.
O pior de tudo  é que ele tem um grande sonho: salvar ao mundo e ser um super herói, mas ele não se anima.
Tem medo de patinar, saltar e voar.
Por enquanto ele fica sozinho em sua casa, come sorvete o dia todo e 5 minutos antes de ir dormir se ergue em frente ao ventilador e desfruta do simulacro.
Na segurança da sua casa tem tudo: o vento na cara, a vertigem das alturas e, sem dúvidas, o pote de sorvete para ele sozinho; mas não tem adrenalina nem alguém a quem salvar.
Mas Arnoldo, você tem que entender, o assunto é simples: você tem que arriscar e aguardar; por acaso pode encontrar alguém que goste de ser ajudado, e não seja tão exagerado, às vezes não é necessário salvar ao mundo. Encontrar alguém que goste de dividir a adrenalina do vento na cara já é suficiente ;)

Gracias Mara!!!






9 de nov. de 2012

o homem que tinha os olhos cor mamão


Há muito tempo eu conheci um homem muito apaixonado.
Ele conhecia alguém e cinco minutos depois morria de paixão
De fato ele já tem cinco casamentos em seu haver.
Nas cinco vezes os casais moraram juntos por 5 dias, se casaram e, evidentemente, depois se divorciaram.
Wilmar, é assim o nome do cara, não gostava de sua vida, mas também não fazia nenhuma coisa para mudá-la. Ele olhava, estudava, julgava e, ao primeiro indício de interesse pelo assunto, fugia de um jeito exagerado, apaixonado também.
O mais esquisito de tudo foi o dia que seus olhos ficaram da cor de mamão.
Estava na feira vicinal de seu bairro e o feitiço aconteceu em 5 minutos, como tudo em sua vida.
Pegou um mamão, dividiu em duas metades no sentido transversal, e olhou diretamente ao centro com uma mirada fixa, intensa, contínua.
Imaginou o sabor, a textura, ficou com água na boca. Mas, no percurso do pensamento, também imaginou que o fruto poderia não ser tão gostoso, que talvez pudesse ser muito grande para ele sozinho e, o pior de tudo, que iria apodrecer na geladeira, imagina!
Então ele deletou ao assunto. Com certeza esse mamão não é tão bom - pensou -
Ninguém saberá se isso é assim. A única certeza é que no mesmo instante que ele saiu do posto da feira e começou a voltar à tranquilidade de sua casa, seus olhos se tornaram laranjas, grandes com nuances vermelhas como se fossem um mamão grandão.

Gracias Mara, mi profe de portugués, por las correcciones y la buena onda :)